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segunda-feira, 27 de julho de 2020

Angioressonância



ANGIOGRAFIAS SEM CONTRASTE

A angiografia sem contraste na ressonância magnética é um método não invasivo com cada vez

mais aplicabilidade clínica. Neste documento veremos resumidamente as diferentes técnicas, as famílias a que pertencem (PCA, TOF), e as várias possibilidades de ajustes específicos para cada técnica, e situação.

 TÉCNICA TOF (Time of flight)

Esta técnica, chamada também de INFLOW, é possível porque o tecido estacionário é saturado por pulsos de radiofrequência enquanto os prótons que se movem através dos planos de aquisição não sofrem influência deste pulso de saturação. Estas séries devem ser gradientes com valores de TR curtos e altos valores de flip angle.

Durante a aquisição os tecidos estacionários rapidamente perdem intensidade de magnetização

transversa após os pulsos de RF, enquanto os spins não saturados que chegam ao plano de corte através do fluxo sanguíneo no interior dos vasos, possuem maior sinal por não sofrerem tal saturação.

Podemos adquirir uma angiografia TOF utilizando técnicas 2D ou 3D. Vejamos qual a vantagem e desvantagem de cada uma.

 AQUISIÇÃO 2D

Tem como característica maior relação sinal ruído, menor tempo de aquisição porem sofre muitos artefatos em vasos mais longos, sendo ideal para estudos localizados. Para vasos com trajetos mais longos, a técnica mais indicada é a M2D. Neste tipo de aquisição, cada corte é excitado separadamente, com base na técnica FFE. Os maiores benefícios são:

• Oferecer boa regeneração do sangue circulante.

• Oferecer uma boa supressão do fundo das imagens.

• Ser menos sensível a movimentos/deglutição em caso de carótidas. • Permite visualização de fluxo lento (veias) e rápido (artérias)

 OBSERVAÇÃO

No M2D com corte fino e/ou em uma região que tenha alta velocidade de fluxo, o sangue do corte é substituído rapidamente antes do próximo pulso de RF, o que resulta em um aspecto brilhante do sangue em um fundo escuro.

SUGESTÕES

• Adquirir as séries M2D com FLIP ANGLE entre 50 e 70 graus para suprimir o tecido estático.

Quanto mais espesso o corte maior o sinal, menor o tempo de aquisição, e melhor profundidade e visualização de vasos, lembrando que é indicado utilizar uma sobreposição de 25 a 30% da espessura (gap negativo). Isto permite um grande número de cortes sem perda de sinal dos vasos.

• É possível utilizar em estudos com apneia utilizando o recurso manual start.

• Podemos utilizar uma banda de saturação para saturar os vasos que não são de interesse, por exemplo, saturar o sinal das jugulares em um exame de carótidas. Esta banda de supressão deve estar perpendicular ao plano do fluxo, deve ter no mínimo 40 mm de espessura e ser posicionada o mais próximo possível da área de interesse.

 AQUISIÇÃO 3D

A aquisição 3D é a condição ideal para se obter uma alta resolução espacial em uma área de cobertura de tamanho considerável, entretanto possui baixa relação sinal/ruído, porque o sinal dos spins dentro dos vasos ao longo do volume acaba perdendo intensidade nas imagens mais distais, além de uma alta suscetibilidade a artefatos de movimento de deglutição.

A serie 3D TOF hoje é a melhor escolha para exames intracranianos juntamente com carótidas porem podem ocorrer artefatos em substâncias com T1 curto metemoglobina, e tecido adiposo.

SUGESTÕES

• Para corrigir ou controlar os artefatos em tecidos com T1 curto você pode aplicar uma supressão do sinal da gordura, e Transferência de magnetização (MTC).

• O Flip angle deve estar entre 15 e 20 graus (para suprimir o tecido estático). Na inflow 3D se utilizam valores inferiores ao modo M2D para evitar que a saturação de afluência de sangue ocorra com facilidade.

O TE deve ser ajustado para permanecer fora de fase, para que haja uma melhor saturação do fundo.

• Para grandes coberturas nas series 3D TOF é indicado um relativo aumento do Flip Angle, para que os spins que atravessam uma extensão maior recebam pulsos com maior ângulo de flip possível a fim de que mantenham o sinal por mais tempo.

• Preferencialmente utilizar a técnica multi-chunk para alcançar uma alta resolução espacial, cobertura considerável, pois esta técnica divide a aquisição em vários blocos com sobreposição.

• Nas series TOF a intensidade de sinal aumenta em função da velocidade do fluxo. Então para melhorar a visualização do sangue que circula lentamente pode-se utilizar um meio de contraste (Gd-DTPA) que reduz o tempo de relaxação T1 do sangue.

• É importante lembrar que o fluxo turbulento pode causar a impressão de ausência de fluxo ou intensidade de sinal reduzida. Porém as ausências de fluxo também podem originar-se por saturação: quando o sangue permanece mais tempo no sifão carotídeo que no restante da artéria, provocando uma saturação parcial e intensidade de sinal reduzida.

• Podemos utilizar uma banda de saturação para saturar os vasos que não são de interesse, por exemplo, saturar o sinal das jugulares em um exame de carótidas. Esta banda de supressão deve estar perpendicular ao plano do fluxo, deve ter no mínimo 40 mm de espessura e ser posicionada o mais próximo possível da área de interesse.

Imagem da técnica multichunk com cobertura superior a 100 mm sem perda de sinal distal dos vasos.




Angio inflow com SPIR e MTC



Comparação entre técnicas T1 3D convencional com contraste e TOF



TÉCNICA PCA (Phase contrast)

Nesta técnica o sinal dos vasos é adquirido diferenças de fases que os spins acumulam quando se movem no volume de codificação de imagem. São aplicados gradientes opostos em momentos diferentes na direção do fluxo que estamos estudando, assim cada local da imagem recebe e identifica um gradiente diferente da mesma intensidade, sempre iniciando com uma polaridade especifica e depois com polaridade contrária. Em termos mais simples a angio-RM PCA se baseia nas diferenças de fase dos spins circulantes


comparadas com os spins do tecido estático. Se adquire uma sequência sensível ao fluxo e outra com compensação de fluxo através da aplicação de um gradiente bipolar, em seguida o equipamento realiza uma subtração complexa automática das mesmas. Utilizando estes princípios podemos produzir imagens mais sensíveis tanto para fluxos lentos como rápidos.

Esta técnica relativamente simples nos permite avaliar a direção do fluxo com aquisição de contraste de fase, e também circulação colateral secundária a uma estenose. É uma série que leva mais tempo para adquirir em relação ao TOF e possui menos resolução espacial, sendo mais utilizada para venografias.

OBSERVAÇÕES:

O contraste da imagem depende da velocidade do sangue. Com pequenos ajustes de velocidade (PC velocity) podemos direcionar a aquisição para fluxos rápidos ou lentos. Tem como característica também suprimir completamente o tecido estático.

Outra grande vantagem é que os cortes podem ser orientados no sentido do vaso diminuindo a necessidade de grandes quantidades de cortes.

Pode ser utilizada também em 3D e 2D de acordo com a necessidade;

A técnica 2D tem como característica uma rápida aquisição de um único corte, que pode ser

utilizado como localizador, avaliação de diferentes velocidades de fluxo, ou até quantificação, e qualificação de fluxo se adquirida com sincronização (trigger) cardíaca.


Imagem com direcionamento de fluxo.


A técnica 3D pode ser adquirida com múltiplos cortes finos, contíguos ou sobrepostos sendo o mais adequado para cobertura de longos trajetos.


Exemplo de imagem com larga cobertura em plano axial e com MIP reformatado em sagital



Comparação entre técnicas arterial PCA venosa e TOF



Obs. Todos os equipamentos Philips oferecem ótimos protocolos de fábrica já otmizados para bons

resultados tanto para longas coberturas, como para estudos localizados.


Philips.

quarta-feira, 15 de julho de 2020

Volumetria Hepática

Hoje aprendemos juntos e dividimos experiências na formação das imagens para o estudo de volumetria hepática guiada pela tomografia computadorizada.

O conhecimento técnico e de suma importância neste ponto, devemos buscar o conhecimento anatômico e os tempos idéias para vascularização desta região. A técnica se detém pela escolha do protocolo com cortes finos de 1,5mm a 2,0mm do abdômen com infusão de contraste na fase hepática, tendo sempre o cuidado para captar a vascularização colateral para que no momento da utilização do software para reconstrução fique com o perfil de imagem correto.
Temos disponíveis no mercado diversos softwares voltados para execução desta técnica alguns gerenciados pelo sistema operacional Windows e IOS, também dispomos de alguns dos próprios fabricantes gerenciados pelas suas workstations.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

8 DE NOVEMBRO

Quando entramos no curso, sabíamos que iriamos conhecer de tudo, cada ramificação da RADIOLOGIA. Estudamos muito!
Nos apaixonamos
E vimos com o tempo a importância que temos na área da saúde,
os primeiros diagnósticos passam por nós.
A imagem que produzimos faz parte de um diagnostico completo.

Não somos apertadores de botões.
Somos TÉCNICOS EM RADIOLOGIA MÉDICA profissionais competentes,
que trabalham 24 horas em prol da saúde publica.
Atendemos bem os pacientes procurando não causar nenhum tipo de constrangimento.
Procuramos dar o melhor de nós na sala de imaginologia.
Produzimos imagens PERFEITAS aos olhos dos médicos.
Temos capacidade.
Força de vontade.
Colocamos nossas vidas em risco, mas jamais a vida de um paciente.
Somos bons naquilo que escolhemos, porque amamos o que fazemos.

RADIOLOGIA: TE VEJO POR DENTRO !!!!

sábado, 10 de março de 2012

PROEJA

História

Ao final do século 19, mais precisamente ao cair da noite de uma sexta-feira, 8 de novembro de 1895, o Prof. Wilhelm Conrad Röntgen, no laboratório na Baviera, sul da Alemanha, descobriu os raios X.

Observando a fluorescência emanada de uma placa de papelão recoberta com platinocianeto de bário, na sala escura, este professor, aos cinquenta anos de idade, investigador brilhante, perfeccionista e astuto, fez uma das mais importantes descobertas científicas da humanidade.

Voltando a Wurzburg em 1888, após ter lecionado física em Estrasburgo, matemática em Hohenhein, física em Giessem, sentia-se realizado, pois esta mesma Universidade que agora o convidava para a direção do Instituto de Física, havia lhe negado a livre docência 16 anos antes.

As descargas elétricas em tubos de gás eram o grande tema das pesquisas da época e reservou, no novo prédio do Instituto que dirigia, duas salas ao fundo do grande saguão de entrada, com janelas dando para os jardins, para suas experiências neste campo. Para lá foram levados, em outubro de 1888, uma bobina de Rumkorff, uma bomba vácuo, tubos Hittorff-Crookes, tubos Lenard, enfim, o equipamento necessário para este tipo de pesquisa.

A passagem da corrente de alta tensão através dos tubos Hittorff-Crokes causava uma luminescência muito intensa no interior do tubo e como pretendia testar a fluorescência do platinocianeto de bário que era muito fraca, cobriu cuidadosamente o tubo com papelão preto de tal maneira que a luminosidade do tubo não impedisse a visualização de outros fenômenos. Ao escurecer a sala para verificar se o tubo estava bem impermeável à luz e ligando a bobina de Rumkorff que fornecia a alta tensão para o tubo, notou uma tênue fluorescência sobre a bancada a quase um metro de distância. Como o tubo estava altamente recoberto com papel preto aquela luz não podia ser devida a reflexos e sim, que a placa de substância fluorescente emitia luz porque estava sendo atingida por algum tipo desconhecido de radiação, que originando-se no interior do tubo atravessava o invólucro opaco à luz e causava aquela fluorescência. Raios catódicos que atravessavam uma finíssima lâmina de alumínio nos tubos Lenard também produziam já se sabia, fluorescência no écran de platinocianeto de bário, porém apenas a alguns centímetros do tubo e jamais àquela distância agora notada.

Fascinado por esta observação passou todo o fim de semana trancado no laboratório onde comia e dormia, e no qual, em experimentos com o material que dispunha à mão, investigou a capacidade destes raios de penetrar em corpos opacos à luz interpondo entre o tubo e a placa praticamente o que pudesse encontrar.

Sabendo que os raios catódicos sensibilizavam filmes fotográficos, investigou para saber se estes raios, que ele agora descobria, também tinham esta propriedade. Pedaços de diferentes metais, livros, pesos de balança, sua espingarda de caça, foram um a um radiografados então.

Havendo notando que enquanto segurava os objetos entre o tubo e écran de platinocianeto de bário tinha visto a imagem dos ossos de sua mão, Rontgen decidiu investigar sobre este assunto para isto convenceu D. Bertha, sua esposa, a colocar a mão sobre um filme fotográfico em chassi de papel e ligou o tubo durante 15 minutos. O filme revelado mostrou claramente a imagem dos ossos e uma nova era na ciência estava inaugurada.

Ciente da importância de sua descoberta, que ele chamou de raios X por não saber realmente do que es tratava, sendo X a incógnita da matemática, Prof. Röntgen passou os últimos dias de dezembro a redigir o artigo que submeteu ao Secretário da Sociedade Físico-Médica de Wurzburg, solicitando sua publicação no SITZUNGSBERICHTE da Sociedade, embora não tivesse o trabalho sido apresentado em uma das reuniões da Sociedade. Assim foi feito e no exemplar de dezembro de 1895 daquela revista saiu publicado o "EINE NEURE ART VON STRAHLEN" (sobre uma nova espécie de raios).

Nele, o autor descreve minuciosamente suas experiências e observações e relata que:

  1. Os raios X atravessam corpos opacos à luz;
  2. Provocam fluorescência em certos materiais;
  3. A radiopacidade dos corpos é proporcional à sua densidade e para aqueles de mesma densidade, à espessura;
  4. São invisíveis;
  5. Não são refratários, nem refletíveis, nem podem ser focalizados por lentes;
  6. Não são defletidos por campos magnéticos;
  7. Os raios X originam-se do ponto de impacto dos raios catódicos no vidro do tubo de gás;
  8. Os raios X propagam-se em linha reta;
  9. Não sofrem polarização.

Por este trabalho recebeu em 1901 o primeiro Prêmio Nobel de Física.

Mais de vinte e cinco anos se passaram antes que novas características destes raios fossem descobertas.

Após a comunicação nos meios científicos, centenas de trabalhos foram publicados apenas no primeiro ano após a descoberta, mesmo porque os laboratórios de física da época estavam equipados para produzi-los.

Cerca de 20 dias após a comunicação de Röntgen, Dr. Otto Walkhoff, de Braunschweig, Alemanha, fez a primeira radiografia dental. Esta foi conseguida usando uma placa de vidro com emulsão fotográfica, envolvida em papel preto e lençol de borracha. A radiografia foi tomada de sua própria boca com um tempo de exposição de 25 minutos.



Radiações

Radiações corpusculares

Como o próprio nome já indica, são a propagação de energia sob a forma de corpúsculos ou partículas. Em outras palavras: possuem massa.

Sua energia depende desta massa e da velocidade de propagação podendo ser expressada pela formula:


Onde: E = energia; m = massa; v = velocidade

portanto, a energia de uma radiação corpuscular é diretamente proporcional à sua massa, aumentando quando esta for maior e também quadruplicando quando se dobra a velocidade ou aumentando de nove vezes quando se triplica a velocidade.

Entre estas radiações corpusculares e de maior interesse para nós, estão as partículas sub-atômicas, como elétrons, prótons, partículas alfa (núcleos de hélio).

De particular interesse para a radiologia são os elétrons, partículas sub-atômicas de carga elétrica negativa, e que são chamados de raios catódicos quando acelerados no interior dos tubos de raios X ou raios beta quando são emitidos por núcleos de elementos radioativos. Os raios, que partindo do cátodo (catódicos) atravessam o tubo indo chocar-se com o vidro do lado oposto, ali produzindo os raios que Röntgen chamou de raios X, eram feixes de elétrons em movimento, acelerados pela bobina de Rumkorff.

Radiações eletromagnéticas

Este outro tipo de propagação de energia através da matéria ou espaço difere fundamentalmente do anterior, porque neste, a energia se transmite através de uma combinação de um campo elétrico e um campo magnético que variam em função do tempo e do espaço. Não há, portanto, participação de massa de corpúsculo, sendo em última análise a transferência de energia de um ponto a outro, sem nenhum meio que contenha massa.

Transmite-se sob forma de ondas com picos máximos e mínimos, e esta oscilação é representada pela frequência em ciclos que traduzem o número de vezes por segundo em que variamos campo elétrico e magnético que a acompanham. A frequência é expressa em Hertz (ciclos p/seg).

Sua energia é calculada diferentemente daquela das radiações corpusculares pelo simples fato de que as radiações eletromagnéticas não possuem massa.



A formula para cálculo de sua energia é:

E = h * f

Onde: E = energia, h = constante de Plank (6.6256 x 10 −27 erg/seg), f = frequência.

Sendo h uma constante é fácil compreender-se que a energia das radiações eletromagnéticas é diretamente proporcional à sua frequência.

Um ciclo completo da oscilação é chamado de comprimento de onda e este é inversamente proporcional à frequência, sendo, portanto menor quando aquela aumenta, ou maior, quando a frequência diminui.


Divisão

A radiologia está dividida em especialidades, tais como:

  • Radiologia médica: Para estudos de órgãos e estruturas de humanos, como exame complementar de diagnóstico ou como método de intervenção terapêutica.
  • Radiologia odontológica:Para estudos da odontologia.
  • Radiologia veterinária: Para estudos dos animais.
  • Radiologia metalúrgica: Para estudos de peças,placas e soldas.
  • Radiologia esterilização: No tratamento de eliminação de bactérias e fungos.
  • Radiologia ambiental: Para atenções dadas ao tratamento de solos.
  • Radiologia científica: No que se refere a docência, estudos e pesquisas.
  • Radiologia alimentícia: No tratamento de eliminação de bactérias e fungos na área alimentícia. Nesta área tem que ter um grande cuidado pois a radiação usada e de alta pontência na casa de (10 MeV), para matar todo e qualquer tipo de fungos e bactérias. O problema e que eleva o preços dos alimentos. A durabilidade dos alimentos aumenta 1/3 para muitos alimentos ex: cebola de cabeça como conhecida.
  • Radiologia de projetos: Quando envolve equipamentos médicos.

Natureza da imagem

A imagem é produzida pelos raios X passando através de um objeto e interagindo com a emulsão do filme, o que resulta em um escurecimento deste. A extensão do escurecimento depende do número de raios X que atinge o filme, que, entre outros fatores, depende da densidade do objeto.

A imagem final pode ser descrita com um imagem bidimensional composta de preto, de branco e de uma variedade de tons de cinza sobrepostos, sendo, algumas vezes, conhecida como gráficos de imagens. Entender a natureza de um gráfico de imagens e interpretar a informação nele contida requer o conhecimento de:

 Imagens radiográficas

A quantidade do feixe que é barrado(atenuado) por um objeto determina a densidade radiográfica das imagens:

  • As imagens brancas ou radiopacas do filme representam as várias estruturas densas no interior do objeto que barram totalmente o feixe de raios X.
  • As imagens pretas ou radiolúcidas representam áreas onde o feixe de raios X passou através do objeto e não foi totalmente barrado.
  • Os tons de cinza representam áreas onde o feixe de raios X foi atenuado em um grau variado.

A densidade radiográfica final de qualquer objeto é consequentemente afetada pelo(a):

  • Tipo específico de material de que o objeto é feito.
  • Espessura ou densidade do material.
  • Forma do objeto.
  • Intensidade do feixe de raios X utilizado.
  • Posição do objeto em relação ao feixe de raios X e filme.
  • Sensibilidade do filme.

Tecidos anatômicos tridimensionais

A forma, a densidade dos tecidos do paciente, principalmente dos tecidos duros, também afetam a imagem radiográfica. Dessa forma, quando se observam imagens bidimensionais, a anatomia tridimensional responsável pela imagem deve ser considerada. Um sólido conhecimento anatômico é obviamente um pré-requisito para a interpretação radiográfica.

As limitações impostas pela imagem bidimensional e superposição de imagens

As principais limitações da análise de imagens bidimensionais de objetos tridimensionais são:

  • Avaliação da forma total do objeto.
  • Superposição das imagens e avaliação da localização e forma das estruturas no interior de um objeto.

Qualidade da imagem

A qualidade da imagem e a quantidade de detalhes em uma radiografia dependem de diversos fatores, incluindo:

  1. Contraste - a diferença visível entre os vários tons preto, branco e cinza.
  2. Geometria da imagem - as posições relativas do filme, do objeto e do cabeçote de raios X.
  3. Características do feixe de raios X.
  4. Nitidez e resolução da imagem.

Densidades Radiográficas

Ar: área mais escura da radiografia (ex: pulmão)

Gordura: área pouquíssimo mais clara que o ar e facilmente confundida com a densidade água

Líquido (água)/Músculo: área mais clara que a densidade gordura (ex: fígado)

Osso: é a área esbranquiçada da radiografia (ex: costelas)

Metal: é a densidade mais esbranquiçada da radiografia, mais que a densidade osso (ex: corpos estranhos)

Alterações Radiográficas do Sistema Ósseo

Fratura de ossos longos

É definida como solução de continuidade da córtex óssea, resultado de um trauma, ossos debilitados, ou moléstias (neoplasias). A maioria das fraturas são facilmente reconhecidas nas radiografias, e normalmente ocorre a separação dos fragmentos fraturados. A linha de fratura aparece como uma área de radiolucência (densidade ar) entre os fragmentos.

Objetivo do Raio-x

Determinar o tipo de fratura e dano aos tecidos moles e articulações, demonstrar a posição e a relação entre os fragmentos permitindo optar pelo melhor tratamento, precisão da redução, progresso da consolidação.

Tipos de Fraturas

Aberta: comunicação entre a fratura e o meio externo

Fechada: não há comunicação com o meio externo

Incompleta: atinge apenas uma córtex do osso

  • fissura
  • galho verde

Completa: com apenas uma linha de fratura

  • transversa
  • oblíqua
  • espiral

Dupla: com duas linhas de fraturas

Cominutiva: com três ou mais linhas de fratura

  • avulsão
  • em lasca
  • patológicas

Epifisárias: classificação de Salter Harris

  • I: deslizamento e separação da epífise
  • II: fratura do fragmento metafisário
  • III: fratura do fragmento epifisário
  • IV: fratura do fragmento epifisário e metafisário
  • V: fratura por compressão ou impactação do osso proximal e distal ==

Produção de raio X

Os raios X são produzidos quando elétrons negativos (alta velocidade) bombardeiam um anteparo e são freados subitamente ao repouso. Isso acontece dentro de um pequeno envoltório de vidro a vácuo chamado de ampola de raios X.

Características principais e exigências de uma ampola de raios X

  • O cátodo (negativo) consiste em um filamento aquecido de tungstênio que proporciona a fonte de elétrons.
  • O ânodo (positivo) consiste em um anteparo (um pequeno pedaço de tungstênio) colocado em um bloco de cobre em face angulada que permite a dissipação do calor.
  • O dispositivo focalizador aponta o feixe de elétrons para a área focal no anteparo.
  • A alta voltagem (Quilovoltagem, kV) conectada entre o cátodo e o ânodo acelera os elétrons do filamento negativo para o anteparo positivo. É também referida como kVp ou Quilovoltagem pico.

  • A corrente (miliamperagem, mA) flui do cátodo para o ânodo. É a medida da quantidade de elétrons que estão sendo acelerados.
  • Um revestimento de chumbo absorve os raios X não desejáveis como uma medida de proteção à radiação, uma vez que os raios X são emitidos em todas as direções.
  • Óleo circundante facilita a dissipação o calor.

Considerações práticas

A produção de raios X pode ser resumida com a seguinte sequência de eventos:

  1. O filamento é eletricamente aquecido e uma nuvem de elétrons é produzida ao seu redor;
  2. A alta voltagem (diferença de potencial) no tubo acelera os elétrons a uma velocidade muito grande em direção ao ânodo;
  3. O dispositivo focalizador aponta o feixe de elétrons para a área focal no anteparo;
  4. Os elétrons bombardeiam o anteparo e são freados subitamente ao repouso;
  5. A energia perdida pelos elétrons é transferida em calor (cerca de 99%) ou raios X (cerca de 1%);
  6. O calor produzido é removido e dissipado em todas as direções pelo bloco de cobre e pelo óleo circundante;
  7. Os raios X são emitidos em todas as direções a partir do anteparo. Aqueles que atravessam a pequena janela no revestimento de chumbo constituem o feixe usado para propósito de diagnóstico.

Interações do nível atômico

Os elétrons em alta velocidade que bombardeiam o anteparo produzem dois principais tipos de colisões com o átomo de tungstênio:

Colisões com produção de calor

  • O elétron incidente é defletido pela nuvem de elétrons da camada externa de tungstênio, com uma pequena perda de energia, na forma de calor.
  • O elétrons incidente colide com um elétron da camada mais periférica (excitação) ou deslocando-o átomo (ionização), novamente com uma pequena perda de energia na forma de calor.

Pontos importantes

  • Interações que produzem calor são as mais comuns porque existem milhões de elétrons incidentes e muitos elétrons na camada externa do tungstênio que podem interagir.
  • Cada elétron individualmente que bombardeia pode se submeter a várias colisões com produção de calor resultando em uma quantidade considerável de calor no anteparo.
  • O calor precisa ser removido rápida e eficientemente para prevenir danos no anteparo. Isso é alcançado ajustando o anteparo de tungstênio no bloco de cobre de alta capacidade térmica e boa condução de calor.

Colisões com produção de raios X

  • O elétron incidente penetra na camada de elétrons e passa perto do núcleo do átomo de tungstênio. O elétrons incidente tem sua velocidade reduzida drasticamente e é defletido pelo núcleo com uma grande perda de energia, a qual é emitida na forma de raios x.
  • O elétron incidente colide com o elétron da camada interna do tungstênio deslocando-o para uma camada mais externa (excitação) ou deslocando do átomo (ionização),com uma grande perda de energia e subsequente emissão de raios X.

Espectro de raios X

As duas colisões que produzem raios X resultam na produção de dois tipos diferentes de espectro de raios X:

Espectro contínuo (Bremsstrahlung)

Os fótons de raios X emitidos pela rápida desaceleração dos elétrons que passam perto do núcleo do tungstênio são alguma vezes referidos como radiação Bremsstrahlung ou de freamento. A quantidade de desaceleração e o grau de deflexão determinam a quantidade de energia perdida pelo elétron. Uma grande faixa ou espectro de fótons de energia é produzida e é denominada espectro contínuo.

Pontos importantes

  • Uma pequena deflexão dos elétrons que bombardeiam é o mais comum, produzindo muitos fótons de baixa energia.
  • Fótons de baixa energia têm pouco poder de penetração e a maioria não irá sair do próprio tubo. Eles não irão contribuir para o feixe útil de raios X. Essa remoção dos fótons de baixa energia é conhecida como filtração.
  • Deflexões maiores são menos prováveis de acontecer e, portanto, existem relativamente poucos fótons de alta energia.
  • A máxima energia possível do fóton (E máxima) está diretamente relacionada com o tamanho da diferença de potencial (kV) ao longo do tubo de raios X.

Espectro característico

Seguindo a ionização ou excitação dos átomos de tungstênio pelo bombardeio de elétrons, os elétrons orbitais do tungstênio se rearranjam para retornar o átomo ao estado neutro ou fundamental. Isso envolve "pulos" de elétrons de um nível energético (camada) a outro, e resulta na emissão de fótons de raios X com energias específicas. Como relatado anteriormente, os níveis de energia ou camadas são específicas para qualquer átomo em particular. Os fótons de raios X emitidos do anteparo são portanto descritos como átomos de tungstênio característicos e formam o espectro característico ou linear. Os fótons lineares são denominados K e L, dependendo da camada da qual eles foram emitidos.

Pontos importantes

  • Somente a linha K tem importância para diagnóstico uma vez que a linha L tem energia muito baixa.
  • O bombardeamento de elétron deve ter energia suficiente (69,5kV) para deslocar um elétron da camada K do tungstênio para produzir a radiação característica. (A energia do elétron está diretamente relacionada de potencial [kV] no tubo de raios X.)

Equipamento importantes para a produção de raios X


Todos são compostos por três partes principais:

Cabeçote

Principais componentes do cabeçote são:

  • Ampola de raios X.
  • Transformador de alta tensão.
  • Transformador de baixa tensão.
  • Revestimento de chumbo.
  • Óleo circundante.
  • Filtro de alumínio.
  • Colimador.
  • Cilindro localizador.

Painel de controle e circuitos

Os principais componentes são:

  • Interruptor liga/desliga e luz de aviso.
  • Um marcador de tempo, que pode ser de três tipos:

1.      Eletrônico.

2.      Eletrônico-digital.

3.      Mecânico (impreciso e não mais utilizado).

Um seletor de tempo de exposição, que pode ser:

1.      Numérico, o tempo é selecionado em segundos.

2.      Anatômico, a área do corpo a ser radiografada é selecionada e o tempo de exposição é ajustado automaticamante.

  • Luzes de aviso e sinais sonoros para indicar quando os raios X estão sendo produzidos.
  • O painel de controle pode ainda conter:

1.      Seletor do tipo do filme (quanto à sensibilidade).

2.      Seletor do tamanho do paciente.

3.      Seletor de Quilovoltagem.

4.      Interruptor de miliamperagem.

5.      Ajuste de exposição para uma distância foco-pele longa ou curta.

Receptores de imagem

Geralmente filme radiográfico - necessário para detectar os raios X.

Aparelho de raios X odontológicos

Existem diversos aparelhos produtores de Radiação X para o uso na Odontologia. São similares aos médicos mas com propriedades diferentes, como a impossibilidade de mudança da quilovoltagem, cabendo ao fabricante fixar um valor para cada modelo. Em geral, o aparelho mais comum presente na maioria das clínicas odontológicas é o de radiografia periapical fixos ou móveis, podendo realizar diversos exames, mas restrito a exames intra-orais, tais como radiografias periapicais, interproximais e oclusais. Exames extra-orais devem ser realizados utilizando o equipamento de Radiografia Panorâmica. Este, presente apenas em Centros especializados em radiologia Odontológica devido ao seu grande tamanho e alto custo, realiza o exame de radiografia panorâmica. O mesmo aparelho quando equipado, pode realizar também radiografias de perfil, antero-posterior, e póstero-anterior.

Requisitos ideais

O equipamento deve ser:

  • Seguro e exato.
  • Capaz de gerar raios X com uma escala desejada de energia e com adequados mecanismos para dissipação de calor.
  • Pequeno.
  • Fácil de manusear e posicionar.
  • Estável, equilibrado e firme quando posicionado o cabeçote.
  • Facilmente desmontado e armazanado.
  • Simples de operar.
  • Robusto.
Nunca desista dos seus sonhos, acredite na vitória e ela virá.