segunda-feira, 27 de julho de 2020

Angioressonância



ANGIOGRAFIAS SEM CONTRASTE

A angiografia sem contraste na ressonância magnética é um método não invasivo com cada vez

mais aplicabilidade clínica. Neste documento veremos resumidamente as diferentes técnicas, as famílias a que pertencem (PCA, TOF), e as várias possibilidades de ajustes específicos para cada técnica, e situação.

 TÉCNICA TOF (Time of flight)

Esta técnica, chamada também de INFLOW, é possível porque o tecido estacionário é saturado por pulsos de radiofrequência enquanto os prótons que se movem através dos planos de aquisição não sofrem influência deste pulso de saturação. Estas séries devem ser gradientes com valores de TR curtos e altos valores de flip angle.

Durante a aquisição os tecidos estacionários rapidamente perdem intensidade de magnetização

transversa após os pulsos de RF, enquanto os spins não saturados que chegam ao plano de corte através do fluxo sanguíneo no interior dos vasos, possuem maior sinal por não sofrerem tal saturação.

Podemos adquirir uma angiografia TOF utilizando técnicas 2D ou 3D. Vejamos qual a vantagem e desvantagem de cada uma.

 AQUISIÇÃO 2D

Tem como característica maior relação sinal ruído, menor tempo de aquisição porem sofre muitos artefatos em vasos mais longos, sendo ideal para estudos localizados. Para vasos com trajetos mais longos, a técnica mais indicada é a M2D. Neste tipo de aquisição, cada corte é excitado separadamente, com base na técnica FFE. Os maiores benefícios são:

• Oferecer boa regeneração do sangue circulante.

• Oferecer uma boa supressão do fundo das imagens.

• Ser menos sensível a movimentos/deglutição em caso de carótidas. • Permite visualização de fluxo lento (veias) e rápido (artérias)

 OBSERVAÇÃO

No M2D com corte fino e/ou em uma região que tenha alta velocidade de fluxo, o sangue do corte é substituído rapidamente antes do próximo pulso de RF, o que resulta em um aspecto brilhante do sangue em um fundo escuro.

SUGESTÕES

• Adquirir as séries M2D com FLIP ANGLE entre 50 e 70 graus para suprimir o tecido estático.

Quanto mais espesso o corte maior o sinal, menor o tempo de aquisição, e melhor profundidade e visualização de vasos, lembrando que é indicado utilizar uma sobreposição de 25 a 30% da espessura (gap negativo). Isto permite um grande número de cortes sem perda de sinal dos vasos.

• É possível utilizar em estudos com apneia utilizando o recurso manual start.

• Podemos utilizar uma banda de saturação para saturar os vasos que não são de interesse, por exemplo, saturar o sinal das jugulares em um exame de carótidas. Esta banda de supressão deve estar perpendicular ao plano do fluxo, deve ter no mínimo 40 mm de espessura e ser posicionada o mais próximo possível da área de interesse.

 AQUISIÇÃO 3D

A aquisição 3D é a condição ideal para se obter uma alta resolução espacial em uma área de cobertura de tamanho considerável, entretanto possui baixa relação sinal/ruído, porque o sinal dos spins dentro dos vasos ao longo do volume acaba perdendo intensidade nas imagens mais distais, além de uma alta suscetibilidade a artefatos de movimento de deglutição.

A serie 3D TOF hoje é a melhor escolha para exames intracranianos juntamente com carótidas porem podem ocorrer artefatos em substâncias com T1 curto metemoglobina, e tecido adiposo.

SUGESTÕES

• Para corrigir ou controlar os artefatos em tecidos com T1 curto você pode aplicar uma supressão do sinal da gordura, e Transferência de magnetização (MTC).

• O Flip angle deve estar entre 15 e 20 graus (para suprimir o tecido estático). Na inflow 3D se utilizam valores inferiores ao modo M2D para evitar que a saturação de afluência de sangue ocorra com facilidade.

O TE deve ser ajustado para permanecer fora de fase, para que haja uma melhor saturação do fundo.

• Para grandes coberturas nas series 3D TOF é indicado um relativo aumento do Flip Angle, para que os spins que atravessam uma extensão maior recebam pulsos com maior ângulo de flip possível a fim de que mantenham o sinal por mais tempo.

• Preferencialmente utilizar a técnica multi-chunk para alcançar uma alta resolução espacial, cobertura considerável, pois esta técnica divide a aquisição em vários blocos com sobreposição.

• Nas series TOF a intensidade de sinal aumenta em função da velocidade do fluxo. Então para melhorar a visualização do sangue que circula lentamente pode-se utilizar um meio de contraste (Gd-DTPA) que reduz o tempo de relaxação T1 do sangue.

• É importante lembrar que o fluxo turbulento pode causar a impressão de ausência de fluxo ou intensidade de sinal reduzida. Porém as ausências de fluxo também podem originar-se por saturação: quando o sangue permanece mais tempo no sifão carotídeo que no restante da artéria, provocando uma saturação parcial e intensidade de sinal reduzida.

• Podemos utilizar uma banda de saturação para saturar os vasos que não são de interesse, por exemplo, saturar o sinal das jugulares em um exame de carótidas. Esta banda de supressão deve estar perpendicular ao plano do fluxo, deve ter no mínimo 40 mm de espessura e ser posicionada o mais próximo possível da área de interesse.

Imagem da técnica multichunk com cobertura superior a 100 mm sem perda de sinal distal dos vasos.




Angio inflow com SPIR e MTC



Comparação entre técnicas T1 3D convencional com contraste e TOF



TÉCNICA PCA (Phase contrast)

Nesta técnica o sinal dos vasos é adquirido diferenças de fases que os spins acumulam quando se movem no volume de codificação de imagem. São aplicados gradientes opostos em momentos diferentes na direção do fluxo que estamos estudando, assim cada local da imagem recebe e identifica um gradiente diferente da mesma intensidade, sempre iniciando com uma polaridade especifica e depois com polaridade contrária. Em termos mais simples a angio-RM PCA se baseia nas diferenças de fase dos spins circulantes


comparadas com os spins do tecido estático. Se adquire uma sequência sensível ao fluxo e outra com compensação de fluxo através da aplicação de um gradiente bipolar, em seguida o equipamento realiza uma subtração complexa automática das mesmas. Utilizando estes princípios podemos produzir imagens mais sensíveis tanto para fluxos lentos como rápidos.

Esta técnica relativamente simples nos permite avaliar a direção do fluxo com aquisição de contraste de fase, e também circulação colateral secundária a uma estenose. É uma série que leva mais tempo para adquirir em relação ao TOF e possui menos resolução espacial, sendo mais utilizada para venografias.

OBSERVAÇÕES:

O contraste da imagem depende da velocidade do sangue. Com pequenos ajustes de velocidade (PC velocity) podemos direcionar a aquisição para fluxos rápidos ou lentos. Tem como característica também suprimir completamente o tecido estático.

Outra grande vantagem é que os cortes podem ser orientados no sentido do vaso diminuindo a necessidade de grandes quantidades de cortes.

Pode ser utilizada também em 3D e 2D de acordo com a necessidade;

A técnica 2D tem como característica uma rápida aquisição de um único corte, que pode ser

utilizado como localizador, avaliação de diferentes velocidades de fluxo, ou até quantificação, e qualificação de fluxo se adquirida com sincronização (trigger) cardíaca.


Imagem com direcionamento de fluxo.


A técnica 3D pode ser adquirida com múltiplos cortes finos, contíguos ou sobrepostos sendo o mais adequado para cobertura de longos trajetos.


Exemplo de imagem com larga cobertura em plano axial e com MIP reformatado em sagital



Comparação entre técnicas arterial PCA venosa e TOF



Obs. Todos os equipamentos Philips oferecem ótimos protocolos de fábrica já otmizados para bons

resultados tanto para longas coberturas, como para estudos localizados.


Philips.

domingo, 26 de julho de 2020

Radiologia Veterinária

No dia 29 vou participar de um bom bate papo com o profissional de imagem Leonardo Jesus.

O profissional e atuante na área técnica de radiologia veterinária e acadêmico. 
Futuramente teremos um veterinário com bastante experiência na área técnica de radiologia.

Leo irá nos trazer esse cenário dentro da radiologia e o que o estudante de radiologia precisa fazer para atuar neste seguimento.

Vou comentar também o trabalho desenvolvido pelo CERB, projeto de bastante responsabilidade voltado para o ensino.

Confere lá tudo pela plataforma Meet e totalmente gratuíto.


Palestra Tomografia Computadorizada

Palestra de altíssimo nível de conhecimentos técnicos na modalidade de tomografia computadorizada e suas aplicabilidades técnicas.

O profissional Eduardo Vieira e um grande exemplo para mim desde quando comecei essa caminhada árdua, e se hoje venho me moldando e crescendo cada dia dentro desse seguimento e por pessoas como Ele que me inspiro, me lembro de quando estava começando na área, participei de uma entrevista ao qual encontrei com esse profissional aguardando também para ser entrevistado, naquele momento só me trouxe palavras positivas e de tranquilidade.
Vale muito assistir essa palestra de forma online tenho certeza que trará novidades e ensinamentos técnicos de alto nível.

quarta-feira, 15 de julho de 2020

Volumetria Hepática

Hoje aprendemos juntos e dividimos experiências na formação das imagens para o estudo de volumetria hepática guiada pela tomografia computadorizada.

O conhecimento técnico e de suma importância neste ponto, devemos buscar o conhecimento anatômico e os tempos idéias para vascularização desta região. A técnica se detém pela escolha do protocolo com cortes finos de 1,5mm a 2,0mm do abdômen com infusão de contraste na fase hepática, tendo sempre o cuidado para captar a vascularização colateral para que no momento da utilização do software para reconstrução fique com o perfil de imagem correto.
Temos disponíveis no mercado diversos softwares voltados para execução desta técnica alguns gerenciados pelo sistema operacional Windows e IOS, também dispomos de alguns dos próprios fabricantes gerenciados pelas suas workstations.

sexta-feira, 12 de junho de 2020

Pós procesamento em CT

Tópico: Espaço da radiologia - Pós processamento em CT.
Hora: 13 jun 2020 09:30 AM São Paulo

Entrar na reunião Zoom
https://us02web.zoom.us/j/86204748013?pwd=TjV0NFpQU0c1bkh6Z0xBZVpSNkp5UT09

terça-feira, 23 de abril de 2019

O Uso da Inteligência Artificial no pós processamento em Tomografia Computadorizada.


Vamos abordar:
      O uso do AI em nossos dias;
      Os avanços em tomografia computadorizada;
      A influência da IA na tomografia computadorizada;

Perguntas?

O que é inteligência artificial?
      Em um futuro não tão distante, teremos máquinas capazes não apenas de armazenar dados, mas de pensar, sentir e ser tão inteligentes quanto o ser humano.

Como funciona a Inteligência Artificial?
      A Inteligência Artificial (AI – Artificial Intelligence, em inglês) faz parte dos estudos da ciência da computação. É uma tecnologia cognitiva que faz com que os computadores pensem, ou seja, tão inteligentes quanto os seres humanos.

A diferença no dia a dia.
Objetivo:
      O principal objetivo da utilização da inteligência artificial é criar dispositivos que sejam capazes de decidir, raciocinar e solucionar problemas sem a necessidade de qualquer intervenção humana.

Diferencial:
Além disso, o grande diferencial da inteligência artificial é que esses computadores são capazes de processar uma grande quantidade de dados (Big Data) e analisar dados de grande escala de forma independente, já que seus dados são rodados em cloud computingDiferente de nós, seres humanos, que temos nossas limitações.
Exemplos de AI em grandes empresas.

Siri – Apple Inc.
O Siri é um aplicativo em forma de assistente virtual comandado por voz para iOS, exclusivo para aplicativos tecnológicos da Apple.

BIA- Bradesco
O banco Bradesco tem usado a inteligência artificial para melhor atender seus clientes. O software B.I.A (Bradesco Inteligência Artificial) está sendo liberado aos poucos para o público externo.

Google Now – Google O aplicativo pode ser acionado por comando de voz e ajuda a organizar a rotina dos usuários e no aumento de produtividade. Além disso, conta com funções que mostram notícias, previsão do tempo e trânsito, de acordo com a realidade de cada usuário.
      Tecnologias móveis e Inteligência Artificial são as tecnologias que terão maior impacto até o ano de 2020.

O impacto da tecnologia AI
      Benefícios da IA
      Ganho de produtividade;
      Redução de erros;
      Otimização de tempo da equipe;
      Execução de tarefas repetitivas otimizada;
      Melhores resultados nas decisões;
      Agilidade  para resolver problemas.
Números que demonstram um grande avanço nos indicadores de grandes empresas na saúde que melhoraram seus indicadores de gestão após aplicar alguma plataforma de inteligência artificial.
Avanços das modalidades
      Tomógrafo Sequencial
      Tomografo Helicoidal
      Tomografo Multslice


  • A escolha dos parâmetros técnicos.
Pixel
Cada pixel da imagem corresponde à média da absorção dos tecidos nessa zona, expresso em unidades Hounsfield. Portanto uma imagem  é formada por uma certa quantidade de pixels.

Kv - quilovolt
Define o contraste  das estruturas estudadas.

Voxel
E após processos de reconstrução matemática, obtevemos o voxel unidade 3D, capaz de designar profundidade na imagem radiológica.

mAs – Miliamperagem
É responsável pela densidade e contrastes dos tecidos.

Slice e Incremeto
Esses parâmetros são definidos pelo profissional de acordo com o protocolo escolhido e pedido médico.

Resolução
Importante parâmetro para a escolha das imagens aonde o profissional irá definir a visualização da anatomia e patologia corretamente.
      Novos recursos de pós processamento.
Números da profissão
You can copy&paste graphs from Google Sheets

Laudos e análises das imagens à distância
Com as configurações de imagens em Dicom e os diversos sistemas de arquivamento de imagens, podemos trabalhar exames de qualquer modalidade, sendo possível nos dias atuais.

Multimodalidades
A possibilidade de através do smartphone reconstruir e dar um tempo de reposta emergencial.

Tablet
Utilizando os recursos avançados como MIP, Minip, Certline, AVA e até mesmo um simples MPR.
Obrigado!
Credits

      Quem é correto nunca fracassará e será lembrado para sempre.
Leonardo Flor.
      leonardosflor@gmail.com

domingo, 27 de abril de 2014

Césio

O césio (do latim "caesium" , que significa "céu azul") é um elemento químico de símbolo Cs , de número atômico 55 (55 prótons e 55 elétrons) com massa atômica 132,9 u. Seus isótopos mais relevantes são o Cs-133 usado para definir o segundo e o radioisótopo Cs-137 para a cura do cancer.
O césio é um metal alcalino localizado no grupo 1 ( IA ) da classificação periódica dos elementos . É dúctil, muito reactivo, encontrado no estado líquido na temperatura ambiente (líquido acima de 28,5 °C).
Foi descoberto em 1860 por Robert Bunsen e Gustav Kirchhoff, por análise espectral.

Características principais

O espectro eletromagnético tem duas linhas brilhantes na região azul do espectro junto com diversas outras linhas no vermelho, amarelo, e no verde. Este metal é macio, dúctil, de coloração ouro prateado. O césio é o mais eletropositivo , o mais alcalino e o de menor potencial de ionização entre todos os elementos, à exceção do frâncio. O césio é o menos abundante dos cinco metais alcalinos radioativos. Tecnicamente o frâncio é o metal alcalino menos comum (menos de trinta gramas na terra inteira) e, sendo altamente radioativo, sua abundância pode ser considerada como zero em termos práticos.
Junto com o gálio e o mercúrio, o césio é um dos poucos metais que encontra-se no estado líquido na temperatura ambiente (líquido acima de 28,5 °C) . O césio reage explosivamente com a água fria (pirofórico) e , também, com o gelo em temperaturas acima de -116 °C. O hidróxido de césio obtido , (CsOH) é a base mais forte conhecida e ataca o vidro.

Aplicações

Dentre as principais aplicações atuais deste elemento químico, destacam-se as seguintes:
Este metal tem sido usado mais recentemente em sistemas de propulsão iônica.

História

O césio foi descoberto por Robert Bunsen e Gustav Kirchhoff em 1860 numa água mineral de Dürkheim, Alemanha, através de análise espectrográfica. Sua identificação foi baseada nas linhas azuis brilhantes do seu espectro, sendo o primeiro elemento descoberto por análise espectral. O primeiro metal de césio foi produzido em 1881. Desde 1967 o Sistema Internacional de Medidas ( SI ) tem definido o segundo como 9.192.631.770 ciclos da radiação que corresponde a transição entre dois níveis de energia do átomo de césio-133, no estado fundamental. Historicamente, o primeiro e mais importante uso do césio tem sido na pesquisa e desenvolvimento de aplicações químicas e elétricas.

Ocorrência

 
 
O césio existe na lepidolita, polucita ( silicato de alumínio e césio hidratado ) e em outras fontes. Uma das fontes mundiais mais significativas deste metal são encontradas no Lago Bernic em Manitoba ( Canadá ). São estimados nesta região depósitos de 300.000 toneladas de polucita com uma média de 20% de césio. Minerais de césio também são encontrados nos Estados Unidos ( Dakota do Sul e Maine ), África Austral ( Karib ) e em Zimbábue (Bikita).
O césio é obtido por eletrólise do cianeto fundido ou de numerosas outras maneiras. Césio excepcionalmente puro, no estado gasoso , pode ser obtido pela decomposição térmica do nitreto de césio. Os principais compostos de césio são os seus cloretos e nitratos.

Isótopos

O césio tem 32 isótopos conhecidos, quantidade maior do que qualquer outro elemento, exceto o frâncio. As massas atômicas destes isótopo variam de 114u a 145 u. Mesmo que este elemento apresente o maior número de isótopos, tem somente um isótopo natural estável: Cs-133. O radioisótopo Cs-137 foi usado em estudos hidrológicos, do mesmo modo que o 3H (trítio). O Cs-137 pode advir da detonação de armas nucleares, de emissões de centrais nucleares, como ocorreu na explosão da usina de Chernobyl em 1986, do vazamento de refrigeradores de reatores nucleares, através de defeito do isolamento do combustível produzido e do mau gerenciamento de rejeitos hospitalares, como ocorreu no acidente radiológico de Goiânia-GO. A partir de 1954, com o início dos testes nucleares, o Cs-137 liberado para a atmosfera passou a ser detectado. Uma vez que o Cs-137 entra na atmosfera, prontamente é absorvido pela água e, como consequência, pelo solo. O radioisótopo Cs-137 apresenta uma meia-vida de aproximadamente 30 anos.

Césio-137

O Césio-137, assim como qualquer outro isótopo, possui forte tendência para fixar-se no solo, porém possui alta mobilidade somente em solos orgânicos, o que não ocorre em solos minerais, facilitando a sua bioacumulação em plantas e dificultando sua lixiviação para rios e lagos. Sua retenção é predominante em solo rico em minerais micáceos.

O Césio-137 pode ser transferido para plantas por deposição direta em superfícies foliáceas ou por absorção pela raiz a partir de deposições no solo. Em geral, a absorção foliar direta é o modo predominante de contaminação de plantas quando a taxa de deposição é relativamente alta. Geralmente a absorção pela raiz é irrelevante, exceto no caso acima mencionado, quando as condições do solo permitem a baixa fixação de césio.

O Césio-137 possui maior bio-acumulação em animais do que em vegetais, o que explica maior perigo de contaminação por ingestão de laticínios e carne bovina. O maior perigo de contaminação por cereias é devido ao fato destes serem marjoritariamente cultivados em solos orgânicos e/ou ricos em minerais micáceos.

No ambiente aquático o Césio-137, também como outros isótopos de césio, é fortemente adsorvido por partículas suspensas, especialmente se o material for argiloso, o que faz com que, quanto maior for a quantidade de material suspenso na água, menor será a quantidade de césio na fase solúvel. A cadeia alimentar e a teia alimentar são as principais entradas para acumulação de Césio-137 nos animais aquáticos, onde a bioacumulação acaba sendo facilitada pela baixíssima taxa de excreção do mesmo. Nas plantas aquáticas a acumulação tende a ser inversamente proporcional à quantidade de minerais presentes na água, o que explicaria uma maior bioacumulação em plantas aquáticas de água doce do que em plantas aquáticas de água salgada.

A contaminação por Cs-137 pode ser prevenida através da construção de sarcófagos de isolamento do material radioativo ou remediada através da lavagem das roupas dos contaminados com água e sabão e ingestão de quelante Azul de Prússia pra eliminação dos efeitos da radiação.
Esse isótopo do césio foi o responsável por causar o acidente radiológico de Goiânia, considerado um dos maiores acidentes radioativos já ocorridos.

Precauções

O césio metálico é altamente explosivo em água fria. Alguns de seus radioisótopos são altamente perigosos para o ambiente e para os humanos. O hidróxido de césio é uma base extremamente forte, e ataca o vidro. O Cs-137 é perigoso à saúde humana por causar infertilidade e câncer em pequenas doses. Os principais sintomas de contaminação são náusea, vômito, diarreia e tonturas, sintomas clássicos da Síndrome Aguda de Radiação, podendo causar insuficiência da medula óssea, lesões dérmicas e até mesmo levar ao óbito. Os íons de césio podem causar bloqueio nos canais de potássio de membranas biológicas, onde adquire característica bioacumulativa, inutilizando a funcionalidade da bomba de sódio/potássio.